Pesquisar este blog

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CINE LOUSA

Há seis anos exibindo filmes na cidade, nunca tive uma experiência de fazer uma sessão em escolas.
O mês de Agosto foi um mês de descobertas, tanto pro exibidor, quanto para estudantes, e professores, o ciclo foi com filmes do diretor Tim Burton, que geraram expectativa, entretenimento, e reflexão na sala de aula, antes e depois das exibições.
O público, são alunos do EJA, Pró Jovem, alunos que estão voltando aos estudos, e a outra parte é formada por alunos do ensino médio.
Três escolas tinham agendado uma visita ao Cine Everest, EMEF Nova Hortolândia, CAIC JD. Amanda, EMEF Boa Esperança, mas duas delas tiveram seu ônibus cancelado.
Mudamos os planos, liguei para as diretoras, e sugeri que fizéssemos as sessões nas escolas, comuniquei aos associados da OCA, solicitando seu apoio, e lá fomos nós substituir a lousa por uma noite.
As escolas municipais possuem anfiteatros confortáveis, embora alguns estejam em reforma, como foi o caso da EMEF Boa Esperança, e os anfiteatros são um ótimo espaço para uma sessão.
A primeira escola a receber o projeto, EMEF Nova Hortolândia, realizou a sessão no seu anfiteatro, mais de duzentos alunos, para um filme de duas horas, “Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas”, um filme sobre um contador de histórias, com influência da literatura fantástica, e que forneceu um conteúdo rico para a professora de português, e para os alunos das salas envolvidas.
O curioso é que ninguém abandonou a sessão, nem ficou entediado, ou reclamando da duração do filme, os estudantes ficaram concentrados o tempo todo, reagindo aos estímulos de emoções que o filme projeta, como as sacadas de humor, após a exibição, deram depoimentos para o projeto.
Uma das professoras, lembrou a importância do cinema na escola, além do conteúdo pedagógico, ela ressaltou a importância da experiência audiovisual para os alunos, moradores das periferias, que não tem acesso à cultura e arte, e muito menos acesso à salas comerciais de cinema, que ficam distantes, nos shoppings.
Outra professora fez uma associação entre as partes fantasiosas das histórias contadas pelo personagem principal do filme, e a realidade violenta do bairro, o filme levou as pessoas para um outro plano, ela até citou no vídeo, o assassinato de um jovem na praça local, poucos dias antes da exibição.
As perguntas para os alunos foram sobre sua impressão do filme, sobre a idéia do cinema na escola, e sobre a escolha entre realidade, ou fantasia?

O CAIC JD. Amanda, única escola que conseguiu transporte, levou oitenta alunos para assistir ao filme, “A Fantástica Fabrica de Chocolate”, público que permaneceu atento ao filme, e reagindo com a história.
Nesse dia, tivemos problemas com voluntariado, e como o projeto está em fase de implantação, e sem uma estrutura necessária, não conseguimos receber adequadamente os estudantes, por isso não conseguimos avisar os alunos do bate papo ao final do filme, e ficamos sem os depoimentos de alunos e professores, mas estamos nos empenhando para potencializar o projeto, e a parceria com as escolas no estágio atual, é de grande importância para um projeto consistente a médio e longo prazo.
Conseguimos um breve depoimento de um aluno, na janela do ônibus.


“Alice no País da Maravilhas” foi o filme escolhido pela vice-diretora, da EMEF Boa Esperança.
A exibição foi no pátio da escola, devido à reforma do anfiteatro da escola, e contou até com pipoca, feita pelas cozinheiras.
Coincidentemente, a professora de português, estava fazendo uma leitura em grupo, de uma versão do livro original, de Lewis Carroll, com quase 150 anos de seu primeiro lançamento.
A professora que trabalha com quinta a oitava série, na educação pra jovens e adultos, lembrou que os alunos tiveram uma resistência quanto ao livro, por ser infantil, mas logo depois de começarem a ler, eles foram se encantando com a história, e se envolveram com o universo fantástico do livro.
Ela enfatizou que diferentemente do livro, a personagem não é mais criança, tem 19 anos, e retorna ao país das maravilhas, está tentando se livrar de um casamento arranjado, uma versão com um viés de crítica social das convenções, coisa que uma criança não teria noção, e destacou a fidelidade do diretor ao figurino original das ilustrações e descrições do livro.
A vice-diretora da escola lembrou a carência de atividades culturais na área da escola, de que a educação transcende essa coisa de professor, giz, e lousa, e o corpo docente prioriza cinema, teatro, dança, mesmo com resistência da comunidade, a determinadas linguagens.
A extensão do cineclube fixo, batizado de Cine Lousa, vai ser um projeto paralelo, e a partir de Setembro, acontece às terças.
Para o ano que vem estamos planejando as sessões/ oficinas, e um concurso de produção de conteúdo, feito pelos estudantes.

Confiram os vídeos produzidos a partir das exibições citadas, nas barras de vídeo do blog, ou através dos links:
http://www.youtube.com/watch?v=8t6OFfSxrDI

http://www.youtube.com/watch?v=i7FqIMACjgM

com exceção da exibição no JD. Boa Esperança, que vai ser editado

Nenhum comentário:

Postar um comentário